História do Município

Gramado dos Loureiros, segundo o saudoso "mestre" João Batista Neto, era um local onde havia uma grande mata desabitada, que por volta de 1872, foi destruída por um forte furacão, que arrasou a região. Ficando no meio da mata uma grande clareira. Com o passar dos dias, culminou uma longa estiagem que secou a parte da mata atingida pelo furacão, algum tempo depois, alguém resolveu atear fogo na mata devastada. Com isso, o povo que morava mais próximo começou a plantar toda a queimada, onde Donário Maciel, que era sogro de João Batista Neto, plantou grande parte da queimada.

Posterior à colheita, começou a vir para o local muita criação do campo e formou-se então ali um grande gramado, vindo muita gente do campo plantar no lugar. José Pedro Loureiro de MelloCirino Veloso de LinharesInocêncio Serpa e outros, eram integrantes da Expedição Bandeirante e ex-expedicionário da Guerra do Paraguai. Extintas as expedições, deslocaram-se de São Paulo com suas famílias vindo residir em Gramado dos Loureiros por volta de 1880, onde mais tarde requereram uma área de 200 alqueires, ou meio légua de sesmaria em nome de José Pedro Loureiro de Mello, concedido o título de posse definitiva da mesma pelo então interventor, o governador do Rio Grande do Sul à época, Borges de Medeiros.

José Pedro Loureiro de Mello constituiu uma família de 17 filhos, que povoaram e ocuparam toda a área requerida. Tendo em vista o pioneirismo desta família se justifica o nome deste município: Gramado dos Loureiros. As famílias dedicaram-se a pecuária e a agricultura de subsistência cultivando: feijão, mandioca e o milho do qual extraiam a farinha de biju.
 

Alivino de Melo Machado foi o primeiro prefeito de Gramado dos Loureiros.

Havia naquela época um bom relacionamento com os índios vizinhos, que forneciam as mudas de mandioca para iniciar essa cultura. A Área Indígena de Nonoai foi demarcada na década de 1910 a 1920. Habitavam nela 20 famílias de colonos brancos. O governo estadual demarcou a área e doou aos brancos 20 colônias com 25 hectares de terras para cada família afim de separar o branco do índio. Em 1949 o estado criou dentro da reserva indígena o Parque Florestal Estadual, dividindo com isso a área indígena, ficando a margem direita do Rio do Mel e a margem esquerda o parque florestal. As terras indígenas sempre foram alvo de cobiça do branco para explorá-la economicamente tanto na agricultura, na extração mineral como também a madeira que era abundante.

Na década de 1970 houve a grande invasão de colonos brancos nas terras indígenas, gerando um bom desenvolvimento para a região. Gramado dos Loureiros foi um dos mais beneficiados, pela proximidade, pois nesta área residiam 1.200 famílias de colonos brancos, produzindo grande quantidade de cereais, suínos e bovinos. No final da década de 1970, houve a expulsão dos colonos pelos os índios. Muitas famílias abandonaram as terras e as benfeitorias, com isso a região regrediu e diminuiu o número de habitantes. Os colonos expulsos das terras indígenas foram pelo governo federal, levados para o estado do Mato Grosso e assentados no município de Chapada dos Guimarães e Terra Nova. Uma parcela destes colonos não aceitou ir para lá e resolveram acampar ao lado das rodovias, aqui no estado, criando com isso o Movimento dos Sem Terra.

A primeira escola foi na casa de João Batista Neto, primeiro professor. No ano de 1945 construíram a primeira escola oficial em sistema de mutirão. Em 1947, chegou a primeira professora formada, Helena Escorteganha Novelo. Em 19 de abril de 1979 foi delimitada a área de abrangência do distrito de Gramado dos Loureiros, através do Projeto de Lei n.º 683/79, pelo então prefeito de Nonoai Gervásio Magri. Em 1951 foi aprovado o Projeto de Lei n.º 351/91 de 22 de agosto de 1991 que autorizava a realização da consulta plebiscitaria para 10 de novembro do mesmo ano. A Lei 9.541/92 criou o Município. Ficou instituída a data de 10 de novembro como dia do município. Gramado dos Loureiros está na segunda legislatura, convêm salientar que os prefeitos Alivino de Melo MachadoAdir Paulo Loureiro de Melo e Antonio Leo Loureiro de Mello são descendentes de José Pedro Loureiro de Melo.

A área do município é de 13.575 Km². Na sua zona urbana residem 86 pessoas e na rural 2.266, totalizando 2.552 habitantes. A base da economia do município está na exploração da soja, milho, feijão, gado de leite e avicultura. Neste setor destaca-se a granja de aves de postura produzindo 95.410 dúzias de ovos/mês. Outro cultura que está se destacando no município é o pepino. Este produto é processado no próprio município através da Cooperativa Coprocicana.